Esses ciclos, embora variáveis em termos de contagem do tempo, se apresentam à visão intelectual da História como tendo mais ou menos 2.000 anos. A cada dois milênios termina uma etapa e começa outra. Porém, por alguns séculos, as duas fases coexistem. Podemos tomar, como exemplo, o período que antecedeu o nascimento de Jesus e os três ou quatro séculos que se seguiram. Um exame acurado dos acontecimentos históricos registrados explica essa mistura de duas etapas. O mesmo está acontecendo em nossa época, desde o Século XVIII, em que o mundo como que explodiu em fantásticas conquistas sócio-econômicas, ao mesmo tempo em que começou a declinar no que poderia se chamar de “humanismo”. Esse fenômeno é particularmente verificável nesta Segunda metade do Século XX, no qual as conquistas científicas, por exemplo, coexistem com a desvalorização progressiva do ser humano.
A característica de nossa civilização atual é de descrença e desesperança nas instituições, nos marcos civilizatórios que regem nossas atitudes. Num paradoxo aparente, essa “morte civilizatória” produz na mente do Homem a ansiedade por bases mentais mais firmes, mais calcadas na imortalidade da civilização. A descrença nas instituições regentes leva à busca de instituições mais biológicas, seguras, mais transcendentais. Isso pode ser facilmente percebido pela procura atual de soluções religiosas e de novas formas do encontro com o espírito. Atender a essa necessidade é exatamente a finalidade e a missão desse grupo de espíritos que aparecem sob a égide do “Vale do Amanhecer”.
Sua missão é oferecer ao Homem angustiado e inseguro uma explicação de si mesmo e um roteiro para sua vida imediata. Para que isso fosse possível, e a missão cumprida com autenticidade, o trabalho não poderia ser feito seguindo-se as velhas fórmulas de religiosidade, considerando-se “velhas fórmulas” os documentos escritos, as revelações de iluminados, de profetas, das tradições, das doutrinas secretas e da dogmática de modo geral, empregada na base da fé e do medo.
A Doutrina do Amanhecer se sustenta nas premissas do Evangelho de Jesus, com o intuito de atender aos necessitados de apoio espiritual. Dessa maneira, os Templos do Amanhecer funcionam como verdadeiros pronto-socorros regidos pela Lei do Auxílio, que é a verdadeira caridade. Para continuidade da Doutrina após sua partida deste plano físico, Tia Neiva deixou em seu lugar quatro Trinos Presidentes Triada (Tumuchy, Arakém, Sumanã e Ajarã), que formam com Koatay 108 o ápice da hierarquia piramidal do Amanhecer. Após a partida dos Trinos Tmuchy, Arakém e Ajarã, a condução da Doutrina ficou a cargo do Trino Sumanã.
“Tia Neiva” (Neiva Chaves Zelaya) é a Clarividente do Vale do Amanhecer. Sua clarividência, porém não corresponde a mesma definição ou a ideia generalizada de como a Parapsicologia no-la apresenta. Essa quase-ciência só diz respeito à paranormalidade, que por sua vez é apenas a hipertrofia dos sentidos, efeitos da super-excitação por carência enzimática. A Parapsicologia na verdade nada tem haver com a vida espiritual. Tia Neiva é um Ser Crístico, uma missionária no mais amplo sentido, seguidora da escola de Francisco de Assis, mas que vive e age nestes tempos modernos, e buscou preparar o homem para o próximo Milênio. Para nós, seres comuns, é difícil, senão impossível, traçar um perfil ou definir o que é a Clarividência de Tia Neiva.
Trino representante da 1ª Raiz do Amanhecer, foi responsável pela divulgação da Doutrina. Companheiro da Clarividente, o Trino Tumuchy caminhou ao lado de Tia Neiva em todo processo de formação da Corrente. Tido por muitos como o “intelectual” do Vale do Amanhecer, Mário Sassi traduziu a Doutrina trazida por Tia Neiva dos planos espirituais, possibilitando um melhor entendimento das bases abstratas do Evangelho e materializando a Doutrina no plano físico. O Trino Tumuchy foi o autor de praticamente toda a literatura da Corrente. Mário Sassi desencarnou em 25 de dezembro de 1994.
Trino representante da 2ª Raiz do Amanhecer, responsável pelas Leis da Doutrina do Amanhecer. Executivo da Corrente, Nestor foi responsável juntamente com Trino Jaruã – Regente Arakém, Mestre Bálsamo pela Elaboração do Livro de Leis e Chaves Ritualísticas da Doutrina do Amanhecer. O Trino Arakém era conhecido pela objetividade e forma austera na qual lidava com as questões espirituais. Foi responsável pelos cursos de Centúria e Sétimo Raio no Amanhecer. O Trino Arakém atuou na Doutrina até o dia 2 de Outubro de 2004, data do seu desencarne.
Trino representante da 3ª Raiz do Amanhecer. 1º Mestre Curador da Doutrina. A ação de sua força se faz presente em todas as vertentes da Corrente. Foi o último dos Trinos Presidentes Triada deixado pela Clarividente, a partir do plano físico. Como legítimo condutor da Doutrina do Amanhecer estabeleceu o Colegiado de Trinos a fim de garantir a condução da Doutrina pautada nos valores de céu. Sua atuação na Doutrina sempre foi marcada pela atitude pacífica e doutrinária. Sofreu perseguições e retaliações, porém, legitimou a hierarquia do Amanhecer por meio do Colegiado de Trinos.
Foi o Trino responsável pela Coordenação dos Templos do Amanhecer. O Mestre Gilberto Zelaya era o filho primogênito da Clarividente Neiva. Após o desencarne de sua mãe, o Trino Ajarã intensificou sua missão, desbravando os rincões do Brasil. Foi o responsável pelas grandes conquistas dos Templos do Amanhecer, levando aos mesmos uma série de trabalhos iniciáticos que anteriormente eram restritos ao Templo Mãe. Gilberto Zelaya expandiu a Doutrina a um quantitativo de mais de mil templos por todo o país e no exterior. O Trino Ajarã desencarnou e 27 de novembro de 2017.